25 ago 2014

[República Dominicana – Cuba] Pola Federaçom Anarquista do Caribe

Os compas de Kiskeya Libertária da regiom dominicana e os da Oficina Libertária Alfredo López em Havana, decidiram unir esforços para convocar e organizar umha Federaçom Anarquista do Caribe, com estes pontos que nos achegarom as compas da ANA:

I. O Caribe tem sido um dos cenários privilegiados onde a chamada modernidade, essa mescla explosiva de capitalismo e estatismo, tem mostrado seus rostos menos apresentáveis ao mundo. Essa barbárie persistente e bem distribuída, entre agentes imperiais espanhóis, ingleses, franceses, holandeses... tem dado lugar à volta de vários séculos, a um mundo de ilhéus desligados, atentos aos sinais das velhas e novas metrópoles coloniais e castrados, em muitos casos, até da possibilidade de falar entre nós sem os mediadores tutelares.

A segunda metade do século XX trouxe ao Caribe o furor pola descolonizaçom e os “Estados soberanos”, que em suma, tem funcionado como outra fase na falta de comunicaçom, atenuada nos últimos anos, aparentemente, polas unions e alianças entre esses Estados do Caribe. Mas em qualquer caso, é a uniom dos governantes de turno o que nos oferecem como “a unidade dos povos”. Nom é, nom tem sido, salvo escassas e belas ocasions, umha aliança de fraternidades concretas, de pessoas unidas em um trabalhoso ideal liberador antiautoritário.

II. Os compas de Kiskeya Libertária da regiom dominicana e os da Oficina Libertária Alfredo López em Havana, decidimos unir esforços para convocar e organizar umha Federaçom Anarquista do Caribe, para mancomunar propósitos aqui e agora por umha sociedade baseada nos princípios que queremos de autogestom, associaçom voluntária e ajuda mútua, e contrária a todas as relaçons sociais baseadas nas hierarquias, o autoritarismo e as discriminaçons como o estatismo, o capitalismo, o classismo, o sexismo, o racismo, o colonialismo, o urbanismo, o industrialismo, ou o academicismo e um sem número mais de manifestaçons do poder mais ou menos institucionalizado.

Frente a esta rede de dominaçons queremos opor também nossa resposta de apoio mútuo, autogestom e solidariedade com um claro espirito antiautoritário e libertário. Este projecto federativo nom promoverá de antemám umha forma particular de anarquismo, porque nom vemos o anarquismo em nengumha de suas correntes como um dogma, senom como um movimento de aproximaçom, de aprendizagem livre e difícil até o mundo que queremos sem opressom, sem exploraçom, sem autoridades sagradas, nem ordens paralisantes.

Em tal sentido, esta Federaçom trabalhará para a solidariedade e a autogestom e para construir procjetos cooperados entre aquelas pessoas e colectivos que se autodefinem coerentemente como “anarquistas”, mas também o fará com todos aqueles que sem proclamar umha condiçom ácrata, vivem e actuam cotidianamente, em qualquer âmbito, sob esse espirito fraterno e liberador em actos, onde nom há pastores, nem rebanhos, nem dirigentes, nem dirigidos.

III. Definir os limites do Caribe significou um árduo problema do conhecimento para várias ciências sociais. No entanto, para nós isto nom é um problema, senom umha possibilidade. O Caribe nom é só suas ilhas, nem os territórios continentais adjacentes, o Caribe existe ali onde estám os que sentem suas contradiçons e desigualdades e as sofrem. Mas também existe onde estám os amigos e os companheiros que compartilham suas ideias, seus sentimentos e suas lutas.

Por isso, nós que estimulamos esta Federaçom Anarquista do Caribe nos empenharemos em buscar a integraçom com os compas da regiom Centro Americana, onde nasceu em 2010 o primeiro impulso federativo que temos noticia na América Central e também o Caribe, por meio dos compas da “Colectiva La Espiral” e sua revista “La Libertad”, na localidade de San José de Costa Rica.

Deles devemos tomar cuidadosamente as indicaçons de que para chegar a um processo federativo regional “é importante primeiro fortalecer os processos locais de formaçom e incidência de umha práctica e mentalidade libertária”, mas como eles mesmos assinalam, a federaçom regional pode ser “um meio para dinamizar e fortalecer nossa identidade (...) sempre tendo os pés bem ancorados na realidade¹.

Que sentido tem o anarquismo em nossa regiom...? Quais som suas possibilidades...? Quais seus limites e dificuldades...? Estas som algumhas das perguntas que nos deixaram os compas centro americanos faz quatro anos e que poderiam ser dialogadas nos processos assembleários de cada localidade, como base deste outro empenho de organizaçom regional.

O que sonhamos nom está escoltado polo esplendor de nengumha “possibilidade objectiva”, mas diferente de outros, nom cremos que negociando fragmentos desfigurados de nossos ideais, nem colocando-os a hibernar indefinidamente para melhores momentos, possamos avançar mais além do mesmo que já conhecemos. Com boa probabilidade imaginamos necessários esforços de todo tipo, que poderám transfigurar-se em afectos e confiança recíprocos, para converter-se nos factores de aliança mais firmes, de onde possa crescer de maneira mais segura nosso empenho federativo.

Para isso propomos a realizaçom em março de 2015 na regiom dominicana do primeiro encontro constitutivo da F.A.C.-C. [Centroamérica] (nome provisório) de individualidades e “delegados” de colectivos ácratas na regiom, que seja o ponto de fechamento inicial para confrontar-se e coordenar acçons, ideias e insumos, a partir dos eixos temáticos que emerjam dos colectivos em cada localidade.

Para qualquer contato sobre a Federaçom: cibaolibertario@gmail.com.

[1] “Anarquismo na América Central: umha pequena radiografia actual” In: “La Libertad”. Número Especial 11-12. San José de Costa Rica. Dezembro 2010, pág.10.

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