16 jul 2014

[Grécia] Nove pontos sobre Fascismo e Antifascismo

Texto da Organizaçom de Antifascismo Combativo (OPMA), conformado por anarquistas, comunistas e anticapitalistas, todas juntas contra o fascismo: Comunicado feito público na sua web em 5 de junho e que agora nos facilita, traduzido ao português por Verba-Volant, a Agència de Notícias Anarquistas ANA num seu correio: Colamos porque, ainda que fala da Grécia, é algo que nos afecta a todas em todas partes:

• Nom, à ideia de que “todos” somos responsáveis do fascismo, nom está dentro de nós, nom é umha acçom “má” feita por nós, nem é um comportamento autoritário. O fascismo nom é umha cosmovisom equivocada, um sistema ético sujo. O fascismo nom é umha ideologia, é um movimento político reaccionário, dirigido a dissolver qualquer conquista social na história humana. É o capitalismo primitivo do Far West (“distante oeste”). É o canibalismo social de cada faceta da nossa vida. Converte as comunidades humanas em lugares de conflito civil entre os pobres, para o deleite dos capitalistas. O fascismo é a versom mais suja do sistema capitalista, cujo fim é transformar as sociedades organizadas em umha matéria-prima “dócil”, pronta para ser usada polos patrons, para que eles obtenham lucro.

• Vivemos em um período de transiçom. Estamos em um estado de trânsito entre a complacência de nossa cadeira no parlamento até o desmantelamento de todo tecido social. Os acontecimentos que têm lugar na periferia capitalista (Egipto, Síria, Iraque, Ucrânia, etc.) podem ser considerados como o pesadelo da flexibilidade burguesa occidental, que se aproxima. O bloco burguês se valerá de qualquer projecto político para preparar aos trabalhadores europeus para o massacre que está por vir: Estados autoritários e policiais, golpes de Estado e partidos ultradireitistas, exércitos de mercenários e “estados de emergência”. O fascismo é um projecto mais de imposiçom da competiçom capitalista. A maior crise econômica que o sistema capitalista conheceu acarretará a maior devastaçom já conhecida pola história humana na era moderna. Hoje, portanto, nom é suficiente gritar de maneira genérica e arrasadora: “O fascismo nom passará!”. É necessário umha clara descriçom da situaçom específica em cada momento determinado, para poder dar as soluçons adequadas.

O fascismo pode ter muitas versons. Pode tomar a forma de um partido político, como Aurora Dourada. Entretanto, também pode aparecer como um movimento de “indignados” ou de fura greves. Pode ser um exército de mercenários contratados por peixes grandes, ou pandilhas de rua “ilegais”. Pode ser umha uniom ou associaçom moralizadora contra a prostituiçom ou as drogas, ou umha organizaçom de “pessoas roubadas” ou de pequenos proprietários “infortunados” (pobrezinhos) que protegem sua propriedade. Sempre, porém, (os fascistas) trabalham em equipe. Sempre procuram conseguir umha legitimidade social para suas acçons. Aparecem como “os que dam comida, trabalho e seguridade aos cidadáns”. Usurpam bandeiras e ideias que som “armas” do movimento dos trabalhadores, e empurram os trabalhadores ao derrotismo, ao individualismo, à inércia, a sua conversom fatalista, de seres políticos colectivos, em carne para a máquina de moer capitalista.

O fascismo é umha ferramenta política de centralizaçom. Nom planeja a longo prazo, nom está interessado na “mudança do equilíbrio de forças”, nom prepara o empoderamento político e ideológico de base, das geraçons futuras... O fascismo nom faz umha guerra de guerrilhas de longa duraçom, nem de “batalhas simbólicas”. Por isso nom se confronta com luitas locais nos bairros. Busca nossos vazios políticos e geográficos, e especula sobre nossas debilidades. Estabelecem um regime mediante a imposiçom política, e como tal tem que ser confrontado. Seja no bairro esquerdista de Níkea ou na longínqua Ucrânia, o inimigo é o mesmo!

• Devemos evitar qualquer tentativa de legitimar as prácticas fascistas em todos os campos da actividade social ou política, seja nas manifestaçons e desfiles ou disfarçadas de caridade, nas escolas e locais de trabalho, nos estádios e organizaçons sociais. Cada momento de vacilo, cada centímetro que se conceda (aos fascistas), aumenta a confusom para o nosso povo, e nos aproxima da derrota.

• A batalha contra o fascismo, entom, nom é umha batalha de ideias, princípios ou ética, e nom se pode dar em um universo mental paralelo. É umha batalha de vida ou morte para as forças políticas e sociais do movimento dos trabalhadores, classista, e deve acontecer poupando forças, e com eficácia. A violência existe em nossa vida cotidiana, e é exercida pelos patrons, dentro e fora do marco institucional. Contra eles sustentaremos que “a lei é o direito do trabalhador... independentemente da cor, sexo, naçom e raça”. Defenderemos com todos os meios possíveis a vida, o trabalho, os bairros, nossas visons de umha sociedade igualitária. Portanto, está demonstrado historicamente que a violência é umha arma inevitável e indispensável contra o fascismo, e deve ter umha utilidade instrumental. Nom serve para vinganças, egoísmos individuais ou eventos autônomos espectaculares, e têm sentido na medida em que reduz a eficácia dos movimentos do bando fascista, e contribui para a uniom do movimento antifascista.

• O movimento antifascista tem feito grandes e heroicas batalhas durante os últimos anos. Milhares de antifascistas através de assembleias, grupos, locais, sindicatos, partidos e inclusive através de grupos de vizinhos, estudantes e de torcedores, estám luitando com todas as suas forças contra os fascistas (uniformizados ou nom) e seu Estado. Necessitamos algo mais. Necessitamos umha organizaçom para transformar a reacçom e o instinto antifascista em um mecanismo de acçom eficiente.

• Necessitamos umha organizaçom antifascista como umha parte orgânica do movimento dos trabalhadores. Nom somos umha força competitiva com os partidos políticos, sindicatos e locais autogestionados existentes. Ao contrário. Consideramos que a organizaçom é umha participaçom consciente com os movimentos dos trabalhadores existentes, até a formaçom de um sujeito revolucionário para a derrubada do capitalismo.

• Em última instância, a victória contra o fascismo nom virá nem com o profissionalismo, nem com as batalhas simbólicas. Nossos inimigos nom irám se desarmar e sair ante a causa moral justa de nossa luita. Nom esperamos que luitem alguns “outros”, o “povo” em geral, os “trabalhadores”, a “sociedade”. Independentemente das influências políticas que têm (ou nom têm!) cada um de nós, agora, todos juntemos nossas forças: comunistas, anarquistas e anticapitalistas como um punho, coerentes, organizados e tendo como fim nom deixar que se converta em um inferno, a realidade que estám preparando para nós.

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