26 oct 2012

Ativista galega submetida a acosso policial e ameaçada com cárcere por ajuda a pessoas migrantes

Fazemo-nos eco em Abordaxe desta notícia que recolhemos à ìntegra de Galiza Livre: Quem conhecemos a Laura sabemos do seu activismo militante e da sua preocupaçom pola situaçom das pessoas migrantes e é esta atitude firme e luitadora de Laura, tal como conta a notícia, a que a leva a ser acosada e ameaçada polas forças de inseguridade. Para melhor conhecemento desta situaçom pola cidadania é polo que sumamo-nos à denúncia que recolhe o Galiza Livre.

A militante galega Laura Bugalho, conhecida pola sua implicaçom nas mais diversas iniciativas populares -da luita LGBT ao sindicalismo, passando pola açom política ou o auxílio a pessoas presas-, enfrenta umha pena de prisom ainda indeterminada por causa do seu apoio a pessoas migrantes, muitas das quais estavam a viver em condiçons infra-humanas. A ativista é acusada de um delito de falsificaçom documental continuada.

Policiais, máfias e assaltos na sua morada

Laura Bugalho leva desde 1993 a realizar tarefas de assistência a pessoas migrantes. Só para o ano 2008, o Foro Galego de Imigraçom calcula que a militante acompanhou 620 pessoas migrantes perante o Negociado de Estrangeiria da Subdelegaçom do Governo da Corunha. Desse contingente, Laura Bugalho foi denunciada por quatro migrantes, dos quais três se ratificárom finalmente nas suas palavras. Estas pessoas denunciárom Bugalho por lhes facilitar documentaçom falsa que, segundo os próprios migrantes, eles teriam empregado.

Em Novembro de 2008, Bugalho denuncia umha máfia de roubo e extorsom a 57 marroquinos. Porém, em 21 de março de 2009, no curso dumha açom das Panteras Rosa Galiza em Compostela, Bugalho é identificada e perseguida. É desde esse momento que se começa a fazer cada vez mais persistente o acosso policial à ativista, até o ponto de a sua morada ser assaltada em 19 de maio de 2009. Laura denuncia este fato à Guardia Civil, a qual demora umhas duas horas em chegar à sua casa. O pretexto com que os fardados justificárom tal demora foi o de se terem perdido.

Em 20 de maio de 2009, Laura Bugalho realiza um telefonema ao presidente de umha equipa de futebol galega para lhe exigir a regularizaçom dos jogadores migrantes e o pagamento de três meses de salário adividados polo clube. O empresário assegura que o vai fazer, mas a ativista fica com suspeitas de a sua voz ter sido gravada, pois o telefone soava com um importante eco.

No dia 21 de maio de 2009, Bugalho é avisada por polícias nacionais de que policiais da esquadra de Compostela estám a seguir os seus passos por ter denunciado umha máfia vinculada ao desporto. A militante informa-os do assalto à sua casa, e eles nom desmentem as suspeitas da autoria que ela lhes traslada. Nem umha semana depois, em 26 de maio, o seu escritório na CIG é assaltado por policiais de Compostela que sequestram o seu computador. Laura irá ser detida por 48 horas, sofrendo maus tratos na esquadra. O Comissário Chefe dirige-se a ela com um "por fim te apanhei, Laura". Os policiais fam mofa da língua galega e repetem constantemente a palavra "Teixeiro".

Irregularidades e maus tratos

Quando Laura Bugalho passa a disposiçom judicial, três pessoas migrantes acodem como testemunhas. Porém, estas pessoas entram algemados nas dependências judiciárias, embora a sua atitude seja de camaradagem com os policiais.

Do computador da militante fôrom extraídos os dados de 15 pessoas migrantes, que fôrom citadas sem ordem judicial e ameaçadas com ficarem sem papéis ou receberem ordens de expulsom. A três dos oito que assistírom, nom lhes foi permitido lerem o seu depoimento.

Operaçom Peregrino

No caso da Operaçom Peregrino, na qual foi imputado El Omari Messaoud -membro das CCOO-, há 57 pessoas migrantes originárias de Marrocos que teriam sido caloteadas e recorreram a Laura Bugalho. Estas pessoas pagárom a quantidade de 10000 euros -muitas vezes resultado de as suas famílias terem sido hipotecadas- polo visto de entrada no Estado espanhol. Depois, costumavam serem abandonadas por um mês na Andaluzia, até que eram reclamadas para trabalharem no sector metalúrgico galego, acabando por cobrar 500 euros de salário, quando o Convénio do Metal estabelece um mínimo de 1100 euros netos, valor que aparecia refletido nas suas nóminas e que eles teriam de assinar para nom serem, por palavras dos afetados, "castigados".

Em muitos casos, as condiçons em que estas pessoas viviam eram verdadeiramente desumanas, chegando a passarem as noites acarom das vacas na granja do empresário. Na Operaçom Peregrino, há quatro empresários galegos e três pessoas marroquinas imputadas, umha delas em paradouro desconhecido. As pessoas magrebinas que acodiam à CIG a falar com Laura Bugalho manifestavam, por sua banda, o temor a serem vistas por El Omari Messaoud, pois as instalaçons do sindicato galego estám acarom das do espanhol. O próprio El Omari acodiu à CIG para ameaçar a ativista. Quase a totalidade das pessoas caloteadas afirmárom terem medo de serem expulsos se denunciavam a máfia.

Colada por Edu

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